A lua cheia

A Gabriela, quando pequena, terminava de comer, estufava a barriguinha e batia com as duas mãozinhas dizendo:
– Tô cheia!
Prisicla, a irmã mais velha, logo a corrigiu, dizendo que aquilo não era coisa de mocinha. Mocinhas simplesmente diziam estar satisfeitas. Ela aprendeu, mesmo não dando conta de dizer sa-tis-fei-ta.
Até o belo dia em que, passeando com o pai durante a noite ela disse:
– Papai! Olha, a lua tá grande!
– É filha. A lua tá cheia!
– Cheia não, papai. É feio! A lua tá “sfastifeita”!

(Gabriela, aos 4 anos – hoje já tem 15)

Enviado pelo Paulo Mesquita